Com proposta diferenciada, curso livre tem participação da comunidade na prática de proteção ao Igarapé do Gigante
IAMES promove curso de Educação Ambiental para comunidades da Zona Oeste de Manaus
Com proposta diferenciada, curso livre tem participação da comunidade na prática de proteção ao Igarapé do Gigante
O Instituto Amazônico de Ensino Superior (IAMES) iniciou um projeto social com a promoção de um curso de Educação Ambiental, voltado para 20 líderes de comunidades, no perímetro do Igarapé do Gigante, localizado na Zona Oeste de Manaus. Com duração de seis meses, a atividade acontece quinzenalmente, com aulas ministradas por especialistas na área ambiental.
“Desde agosto de 2022, junto com a diretoria acadêmica, pensamos em trabalhar um projeto comunitário. Conhecemos a realidade das comunidades no entorno do Igarapé do Gigante, que nasce na Infraero, passa por bairros da Zona Oeste e termina no Tarumã. A nascente está cristalina, mas quando passa pelos bairros, sofre poluição. Pensamos em formas de intervir nessa realidade, para lutar para que a nascente seja preservada e ver ações para corrigir a questão de contaminação”, explica a professora Laura Santos, coordenadora de Pós- Graduação e Pesquisa do IAMES.
Assim, foi desenvolvido o curso “Educação Ambiental para a formação de Cidadania Ambiental”, cuja primeira aula iniciou dia 28 de janeiro, na igreja de São Francisco de Assis, no bairro Redenção. Com atividades práticas, líderes de bairros como Redenção, Hileia, Lírio do Vale, Versalles e Flamanau, têm participação ativa nas aulas.
São lideranças como dona Eulália Vasques, professora aposentada, e líder comunitária das causas ambientais no bairro Redenção. “O curso está sendo muito proveitoso pois esse conhecimento muito útil para nosso dia a dia. Com essa união de lideranças, tenho certeza que o nosso sonho de revitalizar o Igarapé do Gigante vai acontecer, pois depende da responsabilidade de cada um. Quanto mais conhecimento, mais reconhecemos nossos direitos e nos preparamos bem para reivindicar benfeitorias para nossa comunidade e buscar soluções para as ações de invasões e tudo mais que agride o nosso meio ambiente. Não é só esperar do poder público, pois juntos o resultado é bem mais rápido”, afirma.
Líder da “Aliança pelo Gigante”, vice-presidente da bacia do Tarumã-Açu e presidente da comunidade Flamanau, Gilberto Ribeiro mora há mais de 20 anos no bairro da zona Oeste e busca, por meio de sua atuação, formas de conscientizar a população e tentar despoluir o curso d’agua . “Entendemos que não vamos despoluir o igarapé sem envolver todas as lideranças e colocar toda a sociedade nesse processo. Ao participar de uma ação com a prefeitura no ano passado, conhecemos a professora Laura, que ofereceu esse curso e nós ficamos muito felizes. Eu entendo que sem levarmos a educação e o conhecimento não vamos chegar a lugar nenhum, será como enxugar gelo. A educação é fundamental nesse processo”, afirmou.
Projetos
Ao final do curso, cada grupo vai apresentar um projeto, voltado para a ação prática de restaurar o igarapé do Gigante. “O objetivo do curso é empoderar os líderes comunitários em relação à cidadania ambiental, para que possam fazer a articulação com os órgãos públicos, nesse trabalho de descontaminação do igarapé. Atualmente, só temos experiências de restituição de igarapés em cursos urbanos em São Paulo e no âmbito internacional. Se essas comunidades conseguirem se unir a atuar, juntos aos órgãos públicos, quem sabe essa não possar ser a primeira experiência”, afirma a professora Laura Santos, que é mestre em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia.
As aulas do curso acontecem em sábados alternados, com previsão de encerramento em junho de 2023.
Jornalista Responsável Maria Lucy Rodrigues DRT-214-AM.
